terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Cada segundo sem ti
parece uma eternidade
tento-me concentrar e não consigo
fecho os olhos
e vejo-te à minha frente
Estás ausente
e ao mesmo tempo sempre presente

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Não existe lógica no amor, apenas instinto. Não existe racionalidade, apenas certeza. Gostamos de alguém pelo simples facto de confiarmos no nosso instinto, de acreditar que essa pessoa é a certa, mesmo sem saber. De olharmos nos seus olhos, e conseguir projectar o futuro com ela. Sem dizer uma única palavra, sentir o que essa pessoa sente, de pensar os seus pensamentos.
A certeza de um olhar fala mais que mil palavras, não há vendas que impeçam de esconder o que vai no espelho da alma. "Pior cego não é o que não vê, mas aquele que não quer ver". Por isso destrói o que te desfoca a vista, não vejas com os olhos, mas com o coração. Desprende os grilhões do passado, as defesas que criaste por erros que cometeste ou que cometeram contigo, e vive o amor como algo novo, puro e virgem. Não tenhas receio de dar, se também quiseres receber.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Sentado na areia a teu lado
Olhando o mar
Sinto-te como se o tempo parasse
Cada segundo uma eternidade
E a eternidade tão fugaz
Como um piscar de olhos

Quero ser o dono do tempo
E pará-lo quando estás comigo
Perder-me nos teus olhos
Hipnotizantes
E no teu sorriso inocente
Que me aprisiona.
Há momentos que recordamos para toda a vida, e momentos que esquecemos no segundo seguinte. Dizia Fernando Pessoa, que o importante não é o tempo que se vive algo, mas a intensidade com que se vive esse acontecimento. Por isso sei que enquanto estiver em pleno uso das minhas capacidades jamais esquecerei aquela tarde solarenga que passei contigo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Em busca de um caminho

Os nossos sonhos, o nosso projecto existencial é aquilo que nos move e o que nos define. É o que nos faz dar o passo em frente, nos faz acreditar e não parar. Acreditar que há algo pelo qual ainda vale a pena lutar. Acreditar que cada pingo de suor que derramamos por esse esforço vai compensar no final. A falta desse projecto é o que nos faz temer o futuro, e nos atormenta no presente. Sentimo-nos mais ansiosos e não sabemos porquê, somos capazes de fazer coisas que jamais pensaríamos fazer e não percebemos porquê. O sentimento de inutilidade acentua-se a cada passo, a cada segundo que passa e sentimo-nos como se estivéssemos numa câmara de gás, em que o gás entra lentamente pelo nosso nariz até chegar ao cérebro, sem darmos conta. Sentimo-nos desamparados, como uma velhinha que perdeu o andarilho e não consegue caminhar sozinha.

A ausência de um projecto existencial, pode acontecer em uma de duas situações. Ou um dos projectos pelo qual sonhámos está prestes a chegar ao fim e a ser concluido. Ou então esse projecto foi sendo esquecido ao longo do tempo, dando origem a pequenos pseudo-projectos que tornam a existência menos dolorosa.
Embora o primeiro pareça ser mais fácil de ultrapassar, ambos envolvem uma grande quantidade de trabalho e vontade de restabelecer um novo projecto, assim como sofrimento, mas em diferentes medidas. Necessitamos de voltar a sonhar. De sonhar acordados, mas acordar para a vida.

domingo, 12 de julho de 2009

Todo o artista é um narcisista. Vive da critica. A sua obra não fala por si, é um reflexo da admiração dos outros. Finge que não se preocupa com a opinião dos de mais, mas não suporta uma critica má. Diz que não tem inveja. Mas o desdém a todos aqueles que pensem de maneira diferente da sua é gigantesco. Transparece uma imagem de si de ser superior e confiante, mas por dentro sente-se inferior e inseguro. É como um bebé que busca o conforto no seio da mãe.

domingo, 14 de junho de 2009

"Com o tempo aprendes a diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

Aprendes que amar não significa apoiar-se e, que companhia nem sempre significa segurança.

começas a aprender que beijos não são contratos, e presentes não são promessas.

E aceitas que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí­r-te de vez em quando, e precisas de perdoá-la por isso.

Descobres que leva-se anos para construir confiança e apenas segundos para destruí­-la e, que podes fazer coisas num instante, das quais te arrependerás pelo resto da vida.

O que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida.

Aprendes que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mais isso não te dá o direito de ser cruel.


Planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperar que alguém te traga flores." - William Shakespeare

terça-feira, 12 de maio de 2009

E que o sol e a lua se cruzem no momento em que os nossos olhares se encontram

segunda-feira, 4 de maio de 2009

My mind is unclear
like the fog
my eyes are blur
like the turbid water
my heart is acelerated
like a horse racing.

This state of tension
that i'm living now
is because of the way you make me smile
the way you make me laugh
and all that you make me feel -
Alive.
Nos teus olhos me perdi,
no meu sorriso me escondi
e no teu me encontrei
para logo me perder

terça-feira, 28 de abril de 2009

"Congelada no mesmo punhado de imagens sem som"

Paolo Giordano

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A alguém especial





Com a simplicidade de uma pétala
Com a beleza de uma acácia
Trazendo o perfume da saudade
Assim aparece o querubim

Anjo de branco que flutuas no ar
Com a tua magnificência
Iluminas o caminho àqueles que nada Vêm
Que já tinham desistido de tentar
E devolves a esperança aos seus corações aleijados
De descobrir o seu caminho

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Frases retiradas de "Assim falava Zaratrustra" de Nietzsche

"Eu vo-lo digo: é preciso ter ainda um caos dentro de si para gerar uma estrela dançante"

"a vida humana é sinistra e sempre desprovida de sentido; basta um palhaço para lhe ser fatal"

quarta-feira, 11 de março de 2009

Praia

Quero ser seu velhinho
Andar de mãos dadas com você
Pela praia
E sentir a brisa do mar
Bater-me na cara enrugada
Que o sol marcou
O gosto dos salpicos salgados nos meus lábios
Sentir meu pé enterrar na areia
Junto ao seu
Olhar ao fundo
E ver o sol deslizando lentamente
Enquanto as nossas mãos se envolvem
Uma na outra

sexta-feira, 6 de março de 2009

Tempo

Os dias passam
O tempo corre
Nada muda
A mesma inércia
A mesma vontade de acordar
O mesmo desalento

Pela minha janela
Vejo os carros passar
Pessoas a sorrir
A falar
E eu a vê-las passar

Mais um dia que passou
E nada mudou.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Back to poetry

No teu regaço me resguardo
Nos teus braços me apoio
És a minha âncora
Que me pára e estabiliza
E me traz à razão.

És o sol por entre as nuvens
Que me leva a tormenta
E me traz a tranquilidade.

És o meu ponto de equilíbrio
A flor que desabrocha quando eu murcho
Que não me deixa morrer.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Era um dia invulgar. Não um dia invulgar de qualquer ano normal. Mas um dia invulgar desse ano que corria, tão depressa como o atleta que tenta chegar à meta. Há mais de um mês que chovia e raramente se via o sol, mostrando-se de tempos a tempos, tímido por entre as nuvens, como um bebé que se esconde de um desconhecido.
Estava um sol magnifico quando os dois amigos decidiram partir de carro para conhecer as paisagens naturais do litoral oeste. Durante o caminho foram descobrindo que ambos partilhavam do mesmo gosto musical, entre outras coisas.

Haviam-se conhecido apenas há dois dias. Mas cedo se começaram a aperceber que eram mais parecidos do que pensavam. A tranquilidade, a boa disposição, o humor, eram características que ambos gozavam. Assim como a intolerância a injustiças e a pessoas desonestas. A empatia tinha-se gerado instantaneamente no momento em que se haviam conhecido.

O sol batia-lhes na cara, ultrapassando o vidro e aquecendo-lhes o rosto à medida que se ia denotando o rubor, como duas maçãs a amadurecer. Durante o caminho, passando pela serra de Sintra e por entre as curvas da estrada sinuosa que percorriam, podiam admirar a vista para o enorme areal da praia do Guincho, a sua falésia, as dunas a perder de vista e o mar turbulento que prometia não acalmar.
Quando chegaram ao seu destino, o cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa Continental, ficaram extasiados pela sua beleza, fitavam atentamente tudo o que se podia ver a partir daquele ponto. Olhavam para a frente e viam o infinito do mar, havia um local onde se podia ver o mar mais claro, azul claro como as águas das Caraíbas. Olhavam para os lados e viam longas falésias que pareciam ser esculpidas a pormenor, onde o mar ia rebentar enfurecido, cuspindo água por todo a parte.
Olhavam para trás, e viam um monumento com a inscrição de Camões dizendo: "Aqui onde a terra se acaba e o mar começa".

E no momento em que os dois amigos tiram a ultima foto, o vento começa a soprar forte com a chuva a acompanhá-lo, com uma intensidade que quase os arrastava. Sentiam que o protector do cabo, lhes dizia que a sua visita havia acabado.

Beleza

A Beleza pode ser destrutiva e/ou auto-destrutiva. Pode levar à cegueira do outro e mesmo à do próprio. Ao desespero do outro. Ao tédio do próprio.
Quando aliada à inteligência pode ser fatal, principalmente ao outro. Perde a noção do real, entrando em estado de hipnose.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A felicidade

O que é a felicidade?Como se pode ser mais feliz ou menos infeliz? São questões que todas as pessoas gostariam de saber a resposta. Foi hoje o tema da Prova Oral, com a participação de um filósofo, que vai ministrar um workshop sobre a felicidade. Fiquei logo apreensivo, pois não me parece que esse senhor seja o detentor da felicidade, e que não a saiba mais do que qualquer outra pessoa, será que a filosofia tem a resposta para a felicidade? Acredito que nos ajude muito a esclarecer e a compreender melhor a vida, e que seja fundamental para o conhecimento mas não nos vai dar essa resposta.

Siddharta Gautama, mestre budista, dizia que o sofrimento é decorrente do desejo em todas as suas formas. Penso que a grande questão está aqui. Como também foi dito pelo filósofo alemão Artur Schopenhauer, temos três fases que comandam a nossa vida, o desejo, o prazer e o tédio, e assim ciclicamente. Logo penso que a melhor forma de procurar a felicidade é não procurá-la. As pessoas passam demasiado tempo a pensar e preocupadas em como ser mais feliz, em vez de simplesmente viver a vida como sabem.

Voltando à filosofia budista, crê-se que quando se deseja algo e não se obtem a frustração gera o sofrimento, assim como quando se obtém o que se deseja há o desejo de manter o objeto do desejo, e quando se consegue manter acaba-se por se tornar banal, e volta-se a desejar outra coisa. Por exemplo uma pessoa pode-se considerar feliz quando a sua equipa ganha um jogo importante, e vai querer que ela continue sempre a ganhar e a jogar bem, mas quando falha, entra-se num estado de enorme tristeza e desilusão. Não se deveria continuar feliz pelas vitórias que ja teve anteriormente e pelo que conquistou?
O que se passa hoje em dia, é que a felicidade é gerada em pequenos acontecimentos, tudo o que não cause prazer no imediato não é bom, ou é aborrecido, logo se a minha equipa não ganha hoje, logo hoje que eu até fui vê-la ao estádio é a pior equipa de sempre e não valem nada...Ah mas a semana passada era a melhor do mundo porque fez um grande jogo??!!