sexta-feira, 3 de agosto de 2007

"Não há nada que esteja menos sob o nosso domínio que o coração, e, longe de podermos comandá-lo, somos forçados a obedecer-lhe"

Rousseau, Jean Jacques
" O coração tem razões que a própria razão desconhçe"

Pascal

Um estanho sentimento...

...É aquilo que sinto neste momento. Depois de uma longa pausa sem escrever, que se deveu a um estudo intensivo, que deu origem a bons frutos, juntamente com umas merecidas mini-ferias, e acompanhando alguma falta de inspiração para escrever algo de interessante, regresso novamente com vontade de escrever para poder libertar os meus pensamentos e sentimentos, que por vezes me assaltam a mente e o coração fazendo-me prisioneiro de algo incontrolável.
Descobri uma boa forma de o fazer, criando este blog, que para mim não é mais que uma Catarse, uma purificação da alma através da "descarga emocional provocada por um drama", como diria Aristóteles.
Não sei o que sinto, se é Amor, se é Paixão, se é Encantamento, porém penso que todos estes sentimentos se unem e fazem parte de um processo essencial ao bom desenvolvimento humano. É algo inexplicável, que não nos deixa dormir, não nos deixa pensar com clareza - tomando por vezes comportamentos impulsivos dos quais mais tarde podemos-nos arrepender, que não nos deixa concentrar, que nos torna ansiosos, que nos leva a pensar se não seria melhor ir a um Cardiologista, porque o nosso coração anda acelarado de mais, e relembrando o nome de um filme francês penso que seja adequado para a situação "de tanto bater o meu coração parou"? Não desejo levar este sentimento a tal extremo, porém penso que seja saudavel nos sentirmos assim, podemos estar a sofrer, mas porém sentimo-nos vivos, com vontade de viver, vontade de amar e ser amado.
Quando estamos com alguém que nos faz sentir assim, parece que tudo á volta muda, o mundo muda, a água parece mais clara, a areia mais fina, tudo nos faz rir e fazer rir, tornamo-nos mais espontaneos, mais bem-dispostos, não nos cansamos (mesmo nas alturas mais dificeis -noites mal dormidas e ressacas), o tempo parece que pára no momento em que os nossos olhares se cruzam, e as nossas palavras se juntam, levando a um reconfortável sentimento de prazer e bem-estar. Contrariamente, quando nos afastamos o tempo parece uma eternidade, não nos conseguimos desligar completamente dessa pessoa, chamem-lhe obssessão, paranóia, ou loucura, contudo só quem nunca esteve realmente apaixonado não sentiu isto, e todos estes sintomas são necessários.

Como bom exemplo, podemos tomar a filosofia budista, que nos diz que a vida não é fácil, que para saber viver é preciso aprender a sofrer, e só depois de sabermos lidar com esse sofrimento poderemos realmente viver em harmonia. Por isso tenho esperança, que depois da tempestade venha a bonança...