sábado, 6 de dezembro de 2008

Sofrendo pela tua ausência,
triste chora o meu coração,
na dor de não te ver,
mergulho em solidão.

T.P.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

L'amore non fa rumore
(o amor não faz barulho)
Vejo-te onde está a beleza
e na beleza te vejo a ti,
onde antes era cinzento e escuro,
agora vejo um arco-íris,
de mil cores.

Quando te vejo,
a chuva pára,
vejo raios de sol
por entre a bruma,
que me iluminam o caminho,
e reencontro a esperança.

T.P.
Longe dos olhos,
perto está o coração,
com a força de um exercito,
assim está a razão
da minha paixão.

T.P.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

"Não há nada que esteja menos sob o nosso domínio que o coração, e, longe de podermos comandá-lo, somos forçados a obedecer-lhe"

Rousseau, Jean Jacques

domingo, 30 de novembro de 2008

Por entre a copa da árvore,
o melhor fruto colherei,
fruto difícil de alcançar,
com que no fim me regozijarei.

T.P.
Quando os meus olhos se cruzarem nos teus,
e os nossos pensamentos se fundirem num só,
vou reinventar a paixão,
e mudar o mundo.


T.P.
Eu quero amar,
amar perdidamente
mas de que me servem as palavras
se os actos não se complementam?

T.P.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ninguem me conhece,
nem eu me conheço,
quem sou eu?
uma incógnita ao mundo e a mim mesmo.
T.P.
"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão,
Esse comboio de corda
que se chama o coração."

Fernando Pessoa
Levo comigo a tristeza,
esta mágoa que me acompanha,
do ressentimento e do arrependimento,
de que algo mais poderia ter sido feito

e a revolta de já mais nada poder fazer,
atormenta-me e enlouquece-me,
estaria escrito nas páginas do meu livro
que seria este o meu destino?

Não sei, porém esta impotência dá-me a maior mágoa,
e a maior raiva e revolta comigo próprio,
o sentimento de perda e tristeza é grande,
e a dor no peito inevitável.

T.P.

Para esclarecer algumas mentes pecaminosas :P

"O carácter masculino pode ser definido como possuindo as qualidades da penetração, da orientação, da actividade, da disciplina e da aventura; o carácter feminino, as qualidades da recepção produtiva, da protecção, do realismo, da preserverança e da maternidade.(Devemos sempre lembrar-nos de que em cada individuo estão reunidas estas caracteristicas...

...A pessoa madura libertou-se das figuras materna e paterna exteriores e construiu-a dentro de si. Construiu essa consciência a partir da sua capacidade de amar e uma consciência paterna a partir da sua razão e da sua capacidade de julgar..." Erich Fromm

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Gosto de ti, como gosto de sentir,
quando o vento frio pára,
e o meu rosto aquece ao sol,
quando um barco chega ao porto,
depois de uma longa viagem.

T.P.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A tua ausência paralisa-me,
como as rochas detêm a força das ondas,
anseio por te ver,
como a Lua espera o Sol.

Em cada segundo que passa,
Homens nascem e homens morrem,
o Sol nasce e o Sol põe-se,
e eu continuo a esperar-te.

Espero-te, como sempre te esperarei,
pois sei que te vou ver,
Num dia é dor,
no outro um enorme prazer.

T.P.
Oiçam bem a letra...

Em nome da rosa

Recebe a rosa que te dou como um beijo de bom dia,
uma rosa sem espinhos como um beijo doce,
uma rosa perfumada como um beijo eterno,
que se perde entre os olhos meus e teus,
na infinidade das nossas existências.

Esta rosa não murcha,
água não lhe faltará,
pois esta rosa tem vitalidade como os teus olhos brilhantes,
e os meus que brilham mais quando os vejo.

Esta rosa tem um coração,
um coração que bate por ti,
e não descansa de bater tão forte,
enquanto tu não estás comigo.

Entre o campo de rosas hás-de encontrá-la,
aquela que tem o meu coração,
pois até um cego a veria,
sentindo a sua força batendo na terra.

T.P.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Imagine there's no Heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one


John Lennon - Imagine

palavras para que...fica o sentimento.

A vida num segundo...

Hoje é um dia triste. Recebi uma má noticia. Morreu um conhecido meu, rapaz de 22 anos, estudante na universidade de Direito, filho do banqueiro Paulo Teixeira Pinto, o qual também não tem tido uma vida fácil este ano, depois de receber a noticia de uma doença neurológica grave que o levou a pedir a reforma antecipada e da separação com Paula Teixeira Pinto acabou perdendo um filho na flor da idade. Considero que isto ainda foi o pior que lhe aconteceu. Deverá haver pior coisa no mundo do que perder um filho?Ainda por cima por causa natural? Isto de natural não tem nada, é completamente contra-natura. Paulo, com 22 anos, morreu eu casa, sentado num sofá ao lado da irmã. Causa de morte: um sopro no coração - um som anormal produzido pelo fluxo de sangue turbulento dentro do coração. Um sopro, como quem sopra por trás da nossa orelha, rápido e fugaz, e de um segundo para o outro perdeu-se uma vida. Uma vida de um jovem de 22 anos que tinha uma vida inteira pela frente, e que num momento, num segundo , fechou os olhos para sempre, para a eternidade, para não mais voltar, deixando para trás uma familia desolada, uma familia lavada em lágrimas, com uma ferida profunda, com um luto incurável. Que merda de destino é este? Em vez de escrever palavras bonitas e profundas apetece-me mandar tudo para a puta que pariu. E gritar alto Que Deus? Que existes e onde estás nestes momentos?
Um jovem de 22 anos, como qualquer outro, podia ser eu, podias ser tu, podia ser qualquer pessoa. É nestas alturas (infelizmente so quando recebemos estas más noticias) que nos pomos a pensar na nossa existência, sobre a forma como estamos a viver a vida. Será que a estamos a aproveitar como deve ser? Ou andamos preocupados com merdas que não interessam para nada, como o dinheiro para comprar umas calças ou um carro outra merda qualquer, quando há pessoas que não têm sequer dinheiro para comer, e quando morrem jovens assim, desta forma horrivel. Será que não há coisas mais importantes na vida? Sim há, e espero que isto sirva de reflexão para todas as pessoas, que pensem se os seus problemas são realmente problemas? Provavelmente 95% responderam que não, porque se têm internet também têm dinheiro para comer, os outros 5% talvez tenham problemas de saude, e possam realmente estar mal.
Ainda que não conhecesse muito bem o Paulo, a sua morte chocou-me, como choca qualquer jovem da minha idade. Na esperança de um mundo melhor e de uma vida melhor, vamos dar mais importância a coisas realmente importantes. Preservar as amizades, o amor e a compaixão pelos outros. Vamos acordar deste estado de sonambulismo em que vivemos, e viver a vida de uma vez por todas, e a vida vive-se lá fora, no prazer duma gargalhada ou de um desabafo...

Que Deus esteja contigo Paulo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Histórias de vida (cont.)

Bem e como o nome do próprio blog indica, entrámos numa conversa paralela. Algo que me sucede muito, como me disseram no outro dia, a minha conversa é como as cerejas, vai-se saltando de cereja em cereja.
Para mim cada viagem, cada destino traz-nos um sentimento, deixa-nos uma marca como um sinal na pele, que fica registada no nosso Eu, armazenada algures em qualquer parte do nosso córtex, não ficando em nenhum lado especifico, mas em todo o espaço, em todo o nosso pensamento, acrescentando-nos a amplitude e a diversidade cultural ao nosso mundinho, e à forma de nos relacionarmos com os outros.
Cada pessoa que se conhece é um mundo novo, uma nova perspectiva de o vermos, adiciona um pouco de branco ao nosso mundo cinzento, ou por vezes o contrário, contudo devemos encarar esse conhecimento como algo positivo, porque foi mais uma experiência que tivémos na vida, boa ou má, serviu para termos um maior conhecimento humano, e como dizia Voltaire: "pode não se encontrar o que se deseja, mas encontra-se sempre algo novo". E é essa novidade que nos enriquece, proporcionando a auto-descoberta do mundo, criando-o à nossa maneira, e não nos devemos arrepender de nada que fizémos na vida, porque se em determinada altura tivermos tomado determinada acção, era isso que queríamos naquele momento e não outra coisa.

É sempre dura a partida. Fica-se sempre com a sensação que se podia ter feito algo mais, visitado aquele sitio que não se visitou, conhecer aquela pessoa que desejariamos ter conhecido e não conhecemos, mas se reflectirmos bem, podemos pensar que se isso não aconteceu é porque não tinha de acontecer e por algum motivo que nos é alheio assim aconteceu; são estas as regras do acaso e do destino.

Histórias de vida

Estocolmo, 31 de Outubro de 2008

Aqui cheguei e daqui parto, deste pequeno terminal, que como o nome indica, onde tudo termina, onde tudo se desvanece...
Quando cheguei, como sempre chego a um destino de viagem, trazia a mala cheia de expectativas e vontade de conhecer o desconhecido, agora parece que a mala vai mais pesada (guardando as memórias) e ao mesmo tempo mais leve (gente que ficou). No dia em que cheguei estava sol e tudo muito claro, tudo mais bonito - as pessoas, os pássaros, as árvores, as ruas. Agora chove e está sombrio, deixei de ver aquelas pessoas bonitas na rua a passar, os pássaros provavelmente estarão escondidos nos ninhos, as árvores perdem as folhas a uma velocidade alucinante e as ruas mais vazias, ou será apenas de mim que estou a ver as coisas de outra forma e nego a realidade que se me depara?
Talvez por ansiedade de separação ao que outrora nos foi prazeroso não queremos ver as coisas como elas são, ou então pensar que voltaremos aquela rotina diária, ROTINA?esta palavra assusta-me, dá-me os piores pesadelos, pois o meu espírito é livre e tem medo de ficar enjaulado pelo terror do quotidiano. Olho para a rua, através da minha pequena janela, e vejo pessoas, pessoas iguais mas não individuais, pessoas iguais a todas as outras, rindo, gritando, chorando, mas sempre iguais, a caminho do trabalho sempre com a mesma cara, todos os dias à mesma hora, com a mesma pasta na mão, vão apanhar o mesmo metro, o mesmo comboio ou o mesmo autocarro de sempre, mais tarde vão buscar os filhos á escola, levá-los a casa, chegar a casa e ver a mesma mulher de sempre, perguntando: "como foi o teu dia?", "foi bom, igual a todos os outros, e de vez em quando la se conta um episódio ou outro engraçado que ocorreu no trabalho e pouco mais, os filhos esses são relegados para os seus quartos para fazer os deveres, e os deveres dos pais quem os faz?Sim o de brincarem com os filhos, de falarem sobre como foi o seu dia de aulas. Desse dever ninguém se lembra, ou não é um dever dos pais?Sim porque os pais é que mandam, eles ditam as leis da casa, e de vez em quando ficam muito chateados porque os filhos não estudam, não arrumam a casa e só querem ir para a internet e jogar computador. Pois já pensaram que o que eles querem é estar convosco? Saber mais da vossa vida e que vocês saibam da deles, acho que não é pedir muito ou é?
Entretanto la chega a hora de jantar, mandam-no sentar a mesa e ele não vem logo, que problema, o mundo pode acabar a qualquer momento, ficam furiosissimos e vão buscá-los ao quarto porque estão a ser mal-educados e não obedecem ás suas leis (e vocês cumprir o vosso dever?se não cumpriram, então não se admirem). Depois das 3 uma, ou realmente falam com os filhos e preocupam-se, ou então ligam a televisão e nem falam, ou então perguntam como correu o dia, mas rapidamente mudam de assunto e começam a falar sobre outras coisas. Portanto se os vossos filhos apresentarem problemas na escola, em casa, ou até na rua não fiquem espantados disto acontecer, e não se esqueçam que os miúdos tendem a repetir comportamentos observados pelos outros , seguindo um padrão modelo daquilo que vêm em casa...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Obama - the dream come true...

Com a eleição do novo presidente dos Estados Unidos da América, há uma nova esperança na politica americana e mundial. Para além de ser o primeiro Presidente não-branco na história dos Estados Unidos, foi o único candidato nas ultimas décadas capaz de mobilizar milhões de pessoas de todo o mundo. Qual a receita para tanto sucesso? Bem poderiamos dizer um sem fim de ingredientes, no entanto podemos destacar alguns, que na minha opinião serão os mais importantes: 1ª o altruísmo- a sua dedicação a causas sociais e a vontade de ajudar o próximo, 2º a capacidade de dialogar - a facilidade de comunicar tanto com um musico ou um empresário, como entrar num gueto e falar com jovens delinquentes, 3º a aparente honestidade - pois na minha visão, a sua cara, as suas expressões faciais transmitem segurança e confiança, não aparentando ser um falso bom samaritano, mas sim uma pessoa em quem se possa confiar, e por fim os seus discursos poderosos de fazer lembrar Martin Luther King que encheu Lincoln Memorial em Washington D.C. com milhares de seguidores, com o seu discurso "I have a dream". Martin Luther King tinha o sonho que um dia os seus filhos pudessem ser julgados não pela cor da sua pele mas pelo seu carácter. Esse dia pode estar cada vez mais próximo. Martin criou a estrada que Obama cimentou, na esperança de conduzir a um mundo melhor, um mundo mais justo, de igualdades e direitos entre raças, entre sexos, entre os povos de todo o mundo.

A palavra de hoje é esperança. Num mundo de guerra e de crise financeira, só nos basta acreditar que a mudança é possivel. Obama trouxe essa esperança para o mundo, na expectativa de lideres mundiais acordarem para os verdadeiros problemas actuais, que no fundo não são só económicos, mas também sociais, e que cada cidadão do mundo tenha a sua quota parte de responsabilidade e de deveres para tornar esse mundo melhor. Como dizia John Kennedy "não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas sim aquilo que tu podes fazer pelo teu país". Vamos fazer com que este acontecimento histórico nos permita sair do nevoeiro em que estamos envoltos, e possamos ver o sol que se esconde por detrás.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Ao sabor do vento…

Qual é a melhor forma de encontrarmos as coisas? Olharmos para algo em cativeiro ou no seu habitat natural?
Quando vejo um leão numa jaula parece-me bonito, mas se o vejo na selva será então ainda mais fascinante. Penso que o mesmo se passa connosco, a ideia de viver uma vida livre como um pássaro sem medo de voar fascina-me, abomino a ideia de viver numa gaiola cheia de pássaros desorientados, num espaço apertado que mal se possa respirar, levando uma vida superficial, comendo, bebendo, e exibindo-se aos outros, de forma a que os outros lhes atribuêm valor, sem os próprios procurarem o seu valor. Prezo muito a liberdade, e o que ela me dá, poder voar entre as mais altas árvores, sentir o mais limpo ar no alto do céu limpo, e poder migrar de ninho em ninho, conhecendo novos pássaros, diferentes pássaros, belos pássaros, de bico amarelo, bico laranja, bico branco, e tudo com um simples bater de asas, atravessar fronteiras, explorar novos mundos, expandir horizontes, e experimentar o verdadeiro sabor da vida, não estancar, não conformar, não parar, não crescer procriar ter crias e vê-las crescer simplesmente, não fazer voos rasos sobre águas rasas, mas voar alto e enfrentar as maiores tempestades, não ter medo de se molhar, porque só aquele que viveu no perigo sabe enfrentá-lo, e sabe apreciar a bonança que advém da tempestade, vivenciar cada momento como único, e porque o tempo não pára, não pode o simples e belo pássaro de bico vermelho e pelagem amarela e branca parar de bater as asas, não se deixar levar pelo medo do desconhecido, porque levar uma vida de forma segura pode ser perigoso, viver a vida intensamente, porque uma vez que o pássaro esteja com poucas penas e cansado de tanto bater as asas, mas que ainda tenha a força suficiente de poder olhar para trás e num fechar de olhos ver o mundo que conquistou, o sabor do vento que rasgou, as melhores folhas que degustou, e os melhores pássaros que conheceu, sentir-se-á completo, e de repente abre os olhos, e com um enorme sorriso e com um brilho nos olhos, pensar que viveu bem a vida, aproveitando todos os momentos, os bons e os maus, aproveitando todas as maravilhosas oportunidades que esta lhe deu, e que o extasiaram.

Vamos ser todos como este pássaro, e aproveitar a vida ao máximo, porque a vida é muito curta, e só se vive uma vez.